Estrutura da população de Cupania oblongifolia (Sapindaceae) em relação a comunidade arbórea do fragmento florestal urbano do parque Mariano Procópio, Juiz de Fora.
Resumo
Introdução:
As florestas urbanas contribuem consideravelmente para o bem-estar e a qualidade de vida da população humana, porém estão constantemente sujeitas a forte pressão antrópica. Drumond et al., (2005), considera o município de Juiz de Fora de importância biológica “muito alta”, tendo como base a riqueza de espécies ameaçadas, endêmicas e de ocorrência restrita, e da grande pressão da urbanização sob os remanescentes florestais. O Parque Mariano Procópio é um fragmento florestal de Juiz de Fora, que está inserida na região central da malha urbana do município. O Parque do Museu Mariano Procópio foi projetado em 1861, por Auguste François Marie Glaziou (Delphim, 2007), a mando do proprietário para abrigar a família real que viria a cidade de Juiz de Fora (MG) para inauguração da Estrada União e Indústria.
Objetivos:
Realizar a análise população de Cupania oblongifolia (Sapindaceae) em relação a comunidade arbórea do fragmento florestal urbano do jardim histórico do Museu Mariano Procópio.
Material e métodos ou metodologia:
O estudo foi realizado no Parque do Museu Mariano Procópio, que possui área de aproximadamente (7,8 ha) e coordenadas em Juiz de Fora, mesorregião da Zona da Mata Mineira(PJF, 2014). Foram alocadas 10 parcelas, de 20m X 20m distribuídas no fragmento florestal, de acordo com o protocolo elaborado por Felfili et al. (2005). Todos os indivíduos arbóreos vivos e mortos em pé com DAP ≥5 cm (DAP = diâmetro à altura do peito a 1,30 cm acima do nível do solo) presentes nas parcelas foram medidos quanto ao DAP e altura, e identificados. Amostras de material botânico foram identificadas, e o material fértil foi depositado no Herbário Leopoldo Krieger da Universidade Federal de Juiz de Fora (CESJ-UFJF), e o material vegetativo foi depositado na coleção do Instituto Federal do Sudeste de Minas,campus de Juiz de Fora.
Resultados e Discussão:
Foram amostrados 588 indivíduos vivos (1470 ha) distribuídos em 73 espécies pertencentes a 51 gêneros. Os resultados da análise da estrutura mostram uma comunidade arbórea com (77%) dos indivíduos distribuídos nas três primeiras classes de diâmetro,com curva de distribuição R² = 0,82. As amostras de C. oblongifolia resultaram em 40 indivíduos, distribuídos em sete classes de diâmetro. Os indivíduos apresentaram diâmetros variando de 5,0 a 45 cm, sendo que a maioria dos indivíduos se concentrou nas três primeiras classes de diâmetro (76%). A curva de distribuição dos indivíduos apresentou padrão típico de florestas heterogêneas, na forma de J-invertido (R² = 0,81), corroborando os resultados anteriores e indicando que a população é auto-regenerante.
Conclusão(ões):
O fragmento florestal apesar de pequeno, possui grande representatividade biológica, com grande número de indivíduos jovens o indica que as espécies tem se sustentado em processo de sucessão ecológica mesmo sob pressão antrópica constante.
Palavras-chave: floresta estacional semidecidual, sucessão ecológica, zona da mata.
Referências bibliográficas:
DELPHIM, C. F. M. 2007. O Parque Mariano Procópio. In: Leituras Paisagísticas: teorias e paxis/ Glaziou. Rio de Janeiro, UFRJ. 238 p.
DRUMMOND, G. M., MARTINS, C. S., MACHADO, A. B. M., SEBAIO, F. A. & ANTONINI, Y. 2005. Biodiversidade em Minas Gerais: um atlas para sua conservação. 2ª Edição. Belo Horizonte: Fundação Biodiversitas. 222 p.
FELFILI, J. M.; CARVALHO, F. A.; HAIDAR, R. F. Manual para o monitoramento de parcelas permanentes nos biomas Cerrado e Pantanal. Brasília: Universidade de Brasília, Departamento de Engenharia Florestal, 2005. 56p.
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